
A origem do
Programa Saúde da Família ou PSF no Brasil, conhecido
hoje como "Estratégia da Saúde da Família", por não se tratar mais
apenas de um "programa", teve início, em 1994 como um dos programas
propostos pelo governo federal aos municípios para implementar a atenção
primária. A Estratégia de Saúde da Família visa a reversão do modelo
assistencial vigente, onde predomina o atendimento emergencial ao
doente, na maioria das vezes em grandes hospitais. A família passa a ser
o objeto de atenção, no ambiente em que vive, permitindo uma
compreensão ampliada do processo saúde/doença. O programa inclui ações
de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e
agravos mais frequentes. No âmbito da reorganização dos serviços de
saúde, a estratégia da saúde da família vai ao encontro dos debates e
análises referentes ao processo de mudança do paradigma que orienta o
modelo de atenção à saúde vigente e que vem sendo enfrentada, desde a
década de 1970, pelo conjunto de atores e sujeitos sociais comprometidos
com um novo modelo que valorize as ações de promoção e proteção da
saúde, prevenção das doenças e atenção integral às pessoas. Estes
pressupostos, tidos como capazes de produzir um impacto positivo na
orientação do novo modelo e na superação do anterior, calcado na
supervalorização das práticas da assistência curativa, especializada e
hospitalar, e que induz ao excesso de procedimentos tecnológicos e
medicamentosos e, sobretudo, na fragmentação do cuidado, encontra, em
relação aos recursos humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS), um
outro desafio. Tema também recorrente nos debates sobre a reforma
sanitária brasileira, verifica-se que, ao longo do tempo, tem sido
unânime o reconhecimento acerca da importância de se criar um "novo modo
de fazer saúde".
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